Que comemora e
festeja, lamenta e corteja
O fim de outro
começo, a passagem.
Para minha
despedida, um falso adeus
Que abandona e
liberta, aprisiona e desperta
O princípio do
reencontro com os meus;
Para o meu
enterro, um corpo inanimado
Que representa e
simboliza, assimila ojeriza
O ritual que cabe
ao tratado
Para minha morte,
uma vida eterna
È o princípio
outra vez, sou eu em vocês
O achado da busca
perdida
Para minha ressurreição
esta cena
Que aflige e
entristece, deprime e aborrece
Episódio que precede
a eternidade plena
Porque saudade
deve ser a humilde homenagem a existência
E não o egoísta
orgulho de sentir falta.
Falta de alguém
que um dia você teve
E por algum
motivo, não demonstrou no momento certo
O quanto essa
pessoa era importante
De repente, percebe-se
sem esta pessoa
E tem o
sentimento de um vazio imenso
Que é expressado
através de palavras
Essas que ficam
no mesmo vazio daquela perda.
Tentando
preencher o impreenchível.
Roseli Araujo
Feita para minha
querida mãe, que faleceu no dia 12/07/1996, vítima de AVC, com apenas 46 anos,
deixando muita tristeza e saudades. Para mim, ela é uma fênix.